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Distribuição de mantimentos no Haiti

Fotos: Evelyn Hockstein/CARE

Centenas de haitianos fazem fila perto de um estádio na cidade de Porto Príncipe, à espera da distribuição de colchonetes e kits de higiene. A CARE distribuiu kits para 2.133 pessoas.

A cidade de Porto Príncipe possui cerca de 36 mil grávidas que necessitam de cuidados especiais. A CARE distribuiu kits exclusivos para gestantes com itens como fraldas, cobertores e sabonetes.

Distribuição de arroz em Porto Príncipe, em parceria com o Programa Mundial de Alimentos, da ONU. A CARE já distribuiu alimentos para 17 mil pessoas.

Os kits de higiene são importantes para manter a saúde e evitar doenças. Já foram distribuídos cerca de 7 mil kits que incluem produtos como sabonete, escova e pasta de dente, absorventes, xampu, papel higiênico, sabão em pó, fraldas de pano, corda para varal e toalhas.

A CARE instalou cinco tanques para armazenamento de água potável em acampamentos de desabrigados, quantidade suficiente para atingir 7.600 pessoas por dia.

Um lote com caixas de sachês de purificação de água é descarregado no aeroporto de Porto Príncipe.

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São os haitianos quem vão reconstruir o seu país

Patrick Solomon, supervisiona a distribuição de kits de higiente, feita em Leogane em parceria com a comunidade (Foto: Evelyn Hockstein/CARE)

Patrick Solomon/ artigo publicado no site The Huffington Post.

Patrick é vice-presidente de Recursos Humanos da CARE USA e supervisiona a atuação de equipes internacionais.

A estrada para o oeste de Porto Príncipe estava tão sombria quanto triste. O terremoto destruiu 90% dos edifícios da cidade de Leogane. Em meio às casas e lojas desmoronadas, pude ver mais corpos – alguns que não estavam lá quando a gente passou no dia anterior.

Cada vítima me lembrou não só o quanto o Haiti perdeu, mas também como é comprido o caminho para a sua recuperação. Porque, no final das contas, é o povo haitiano quem vai reconstruir seu país – tijolo por tijolo, livro por livro.

Esta crença está nos valores de como a CARE está respondendo no Haiti, onde trabalhamos desde 1954. Ao invés de apenas distribuir um caminhão cheio de comida e suprimentos, a CARE está capacitando pessoas da comunidade para serem nossos parceiros na distribuição.

Na primeira visita da nossa equipe a Leogane, nos reunimos com o prefeito e outras lideranças da cidade. Contamos nosso plano para entregar água, galões e kits de higiene. Quando pedimos que eles identificassem os membros mais vulneráveis de suas comunidades – mulheres grávidas, crianças e idosos – nós demos pequenas “fichas” que poderiam ser trocadas por mantimentos.

O resultado foi surpreendente de se testemunhar. Quando chegamos em Leogane, era evidente que as pessoas de lá tinham desenvolvido um plano de distribuição de 1.500 galões e 1.200 kits de higiene. Os voluntários tinham de fato distribuído as fichas nas 14 tendas que foram montadas nos arredores da cidade. E eles nos levaram para a entrada de um edifício de telecomunicações, que foi usado como uma prefeitura improvisada, porque os edifícios públicos foram destruídos. Então, numa fila organizada, as pessoas foram escoltadas até os fundos do edifício, onde a distribuição aconteceu. Eles entregaram as fichas, que foram marcadas para evitar a duplicação.

Escoteiros ajudam funcionários da CARE a descarregar kits de higiene em Leogane (Foto: Evelyn Hockstein/CARE)

Talvez a visão mais inspiradora seja a atuação de jovens escoteiros haitianos, meninos e meninas que ajudaram a manter a ordem. Os jovens davam segurança e apoio emocional, enquanto a CARE distribuia kits às mulheres de Leogane, baldes com produtos de higiene pessoal, como sabonete, absorventes e toalhas.

Lá fora, os meninos montavam guarda para ajudar a controlar as pessoas ansiosas, que esperavam a sua vez. As meninas escoteiras, algumas chamadas de “guias”, providenciavam gentilmente as orientações, andando por entre as mulheres cansadas e assustadas que enfrentaram a multidão naquele sol de meio-dia.

Entre as pessoas que ajudavam, estava Joanie Estin, elegante com seu vestido bege e o lenço azul amarrado no pescoço. A jovem de 22 anos vestia as cores do Grupo Escoteiro Ste Rose de Lima, de Leogane. “Tentamos aconselhar as pessoas sobre como manter a calma e ajudamos as agências internacionais nas distribuições”, conta Joanie, com orgulho. “Para mim, é uma ação que me ajuda a me sentir melhor”.

A escoteira Jonie Estin se reúne com seu chefe escoteiro e um funcionário da CARE para planejar a distribuição no centro de Leogane (Foto: Evelyn Hockstein/CARE)

Joanie, como muitos daqueles escoteiros, está tentando lidar com sua própria tragédia pessoal. Ela perdeu seu pai no terremoto. Ele era o único que estava dentro de sua casa, quando ela desabou. No entanto, lá estava Joanie, vestida com seu uniforme de honra, ajudando seus companheiros sobreviventes a juntar os cacos de suas vidas. Esse tipo de força de vontade é necessária para que o Haiti se levante novamente. Mas não é o suficiente.

O povo do Haiti precisa de parceiros para somar forças, enquanto eles constroem novas escolas, novos hospitais e, talvez um dia, um novo sentimento de otimismo. Nós da CARE já enviamos reforços para ajudar nossos 133 funcionários – todos, exceto um, são haitianos – que estavam em campo quando o terremoto mudou suas vidas para sempre. A CARE está pensando no longo prazo e tem um plano de cinco anos para ajudar a reconstruir o Haiti. E vamos continuar a nossa atuação baseada no envolvimento comunitário.

Jovens mulheres como Joanie já estão dando os primeiros passos. Depois do terremoto, ela foi capaz de pular a porta dos fundos da sua casa e recuperar alguns pertences. Joanie achou algumas roupas e um estojo de cosméticos. Então ela retirou algo dos escombros – o seu uniforme de escoteira. Uma lembrança que nem o terremoto poderia apagar.

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